Reinícios, continuidades e recomeços (parte 1)

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Claudinei Oliveira, Marquinhos Santos e Luciano Gusso (Sites oficiais de Atlético Paranaense, Coritiba e Paraná, respectivamente)
Claudinei Oliveira, Marquinhos Santos e Luciano Gusso (Sites oficiais de Atlético Paranaense, Coritiba e Paraná, respectivamente)

O futebol de 2014 no Brasil acabou e os clubes profissionais já estão de olho em 2015. O Trio de Ferro de Curitiba começou, no meu ver, bem sua transição de temporada, dentro de suas possibilidades e ambições. Com isso, todo o percurso até a virada de janeiro para fevereiro, quando o Paranaense começa, parece estar traçado.

Quem mudou menos, a princípio, foi o Atlético. Mesma diretoria, mesmo treinador, Claudinei Oliveira. O desafio do técnico é sobreviver À rotatividade do cargo — pelo menos desde 1992, nunca um mesmo treinador começa e encerra a temporada no clube sem ser demitido. Para isso, precisa de material humano para encarar a temporada. O bom fim de Brasileirão serve como ponto de partida, quando o time arrancou para uma oitava posição ligeiramente acima das expectativas criadas para um time extremamente jovem e em processo de amadurecimento. Resta apenas repor algumas saídas, reforçar laterais, especialmente a direita, a zaga, e adicionar profundidade ao elenco, podendo ser com jovens que se destacarem no Estadual pelo sub-23. Aliás, algo bastante positivo tem sido a transição base-profissional do Furacão, que encurtou o caminho dos garotos para o time principal, dando um pouco de cancha, permitindo encontrar caras novas e mais baratas já dentro do CT do Caju.

O Coritiba mudou de diretoria após eleições movimentadas. Saiu Vilson Ribeiro de Andrade e entrou Rogério Bacellar. Uma medida bastante acertada foi manter Marquinhos Santos, que salvou a equipe do rebaixamento e esteve perto de ir para o Vasco. O clube tem uma dívida de mais de R$ 200 milhões, segundo os novos comandantes, e isso deve influenciar na montagem do grupo. O ideal é montar uma equipe mais em conta, sem salários inflacionados, principalmente de jogadores que acabaram encostados. Um desafio da reforma da equipe é achar formas de suprir a liderança técnica e de vestiário do agora aposentado Alex. Além disso, urge reforços especialmente para o ataque, até porque o melhor atacante do segundo semestre, Joel, que pertencia ao Londrina, foi para o Cruzeiro, e sem ele o Coxa penou para encontrar alternativas confiáveis dentro do elenco. Outra urgência é melhorar a transição base-profissionais num clube com bons resultados recentes entre os jovens, mas que tem dificuldades de aproveitá-los com mais eficiência no time principal.

Sem Ricardinho, que não entrou em acordo com a diretoria e saiu para o Santa Cruz, o Paraná tomou a medida mais sensata ao efetivar o auxiliar Luciano Gusso. Por conhecer a base e o elenco principal, torna-se um atalho para que não se contrate além das necessidades, um problema que apareceu principalmente no começo da temporada passada, com pacotão de jogadores chegando e apenas alguns se criando na Vila Capanema. Vale lembrar que a situação financeira paranista não é das melhores e isso tem sim influenciado o clube em campo, por mais que o jogador consiga se desvincular dos atrasos quando a bola rola, por isso Gusso é uma alternativa também mais em conta que buscar professores no mercado, que redunda em apostas que no passado não deram certo, como Milton Mendes. A exemplo das últimas temporadas, é salutar aproveitar alguns bons jovens da base, assim como tentar a continuidade de Lúcio Flávio e Marcos, os dois jogadores mais experientes do elenco, líderes do vestiário, identificados com o clube, e que podem dar atalhos para os garotos. O Paranaense tem de ser novamente um laboratório, mas desta vez com mais sensatez na hora de ir ao mercado e de olho em alguns destaques que devem surgir num Campeonato Paranaense que se aproxima com alguns nomes interessantes.

 

Na segunda parte desta análise perspectiva, daremos uma olhada no interior do Paraná.

Comments

  1. O Cap vai colocar o Sub 23 pra treinar e deixar o time bem preparado pro Campeonato Sub 23 do segundo semestre?

    O Coxa com Marquinhos Santos vai aproveitar pra testar um bom elenco subindo da base?

    O Paraná colocou um treinador que já encarou responsabilidade, pois o J Malucelli dificilmente entra em campo pra ser campeão paranaense, mas se planeja pra não ser rebaixado. Isso ele conseguiu, agora tem que ver como será a pressão na Vila. Se conseguir se segurar nos casos de fato novo, vale a oportunidade. Novo comandante da cidade trabalhando.

    Volte anos 80!

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