A rodada inaugural da Copa de Futebol Amador da Capital no Parque Linear, sábado (21) à tarde, ainda dará muito o que falar. Na preliminar, o clássico entre Uberlândia e Capão Raso terminou empatado em 3 a 3 num duelo com duas viradas de placar, mas deverá ter desdobramentos no tapetão, pois o Capão Raso terá quase certamente de enfrentar a acusação de ter escalado dois jogadores irregulares usando os documentos de outros, arriscando a perder pontos na competição já na largada. No jogo de fundo, o Santíssima Trindade, dono da casa, venceu o caçula ninja Shabureya de virada por 2 a 1, num duelo nervoso com três expulsões e reclamações em lances de impedimento e nos pênaltis marcados e não marcados.
A rodada terminou com o Santíssima Trindade na terceira posição com três pontos, Capão Raso e Uberlândia dividindo a quinta colocação com um ponto e o Shabureya no oitavo posto sem nenhum. Na próxima rodada, sábado, dia 29, Shabureya e Capão Raso se encontram no Manoel Gustavo Schier às 13h30, mesmo local que o Uberlândia volta a campo, às 15h30, contra o líder Nova Orleans. O Santíssima Trindade vai até o Elba de Pádua Lima, às 15h30, e encara o lanterna Palmeirinha.
Difícil de sair
A preliminar entre Uberlândia e Capão Raso apresentou um Uber começando com goleiro improvisado no meio e um Capão Raso sem reservas. O Tricolor de Aço, nos primeiros minutos, mostrou extrema dificuldade em sair jogando da defesa, com muitos passes errados provocados pela marcação com pressão do Uberlândia na saída de bola. Foi assim que, aos 17 minutos, o Uberlândia conseguiu uma falta frontal e Luanzinho bateu com precisão para abrir o placar para o time do papagaio.
A primeira virada
O gol fez o Capão Raso ir para a frente. Aos 26 minutos, o Tricolor de Aço arranjou uma falta na direita. Wagner teve sagacidade suficiente para bater direto e surpreender o goleiro Gaúcho, empatando o jogo.
A virada do Capão veio logo aos 31 minutos com uma bola cruzada na área que resultou na infelicidade do zagueiro Alex Paiva, que mandou contra as próprias redes.
A segunda virada
Para o segundo tempo, o Uberlândia voltou com o lateral-esquerdo Alan, que havia chego mais tarde, no lugar do goleiro improvisado de volante Jiraya. Alan entrou voando e fez o Uber crescer no jogo. A nova virada virou questão de tempo e foi relâmpago com duas bolas sobrando no meio da área. A primeira, aos 12 minutos, foi para Kiki. A segunda, aos 14 minutos, encontrou o pé de Boca. No entanto, os atacantes da equipe desperdiçaram pelo menos três chances claras de definir a partida.
O tumulto e a suspeita de fraude
Enquanto isso, o delegado da partida, Francis Bacon, notou uma possível fraude na escalação do Capão Raso quando à identidade dos meias Carlos Eduardo e Igor Sales. Ao pedir novamente os cartões à comissão técnica e à diretoria do Tricolor de Aço, recebeu uma negativa. Assim, pediu a paralisação da partida aos 18 minutos da etapa final e entrou em contato com o suporte jurídico da Federação Paranaense de Futebol (FPF) enquanto que o árbitro Maykon Brito de Freitas contatou o presidente da comissão de arbitragem, Afonso Vítor de Oliveira, para saber quais as medidas cabíveis e evitar futuros problemas para eles no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD).
Neste meio tempo, o delegado fotografou os jogadores cuja identidade está sob suspeita. A informação deverá constar na súmula da partida e deverá levar o Capão Raso a julgamento caso a promotoria do TJD confirme a fraude cruzando a imagem dos atletas com as informações que constam no BID e no cartão de identificação da entidade. Caso seja punido, o Capão Raso deve perder quatro pontos, fora possíveis multas e outros desdobramentos, pois a acusação neste caso cai no crime de falsidade ideológica.
Após dez minutos, a arbitragem recebeu o aval e o jogo pôde continuar, com o tempo corrido somado aos acréscimos.
Quem não faz…
O desperdício de chances do Uberlândia custou caro. Com o jogo indo até os 59 minutos do segundo tempo, dez de paralisação mais quatro de acréscimos, deu tempo para o empate do Capão Raso. Wagner cobrou pênalti aos 51 minutos para alcançar o placar de 3 a 3. Ainda deu tempo de uma expulsão, a do lateral-direito Alex, do Capão Raso, aos 56 minutos, após segunda falta para amarelo.
O resultado gerou satisfação por parte dos dois treinadores. “Viemos com a base apenas do ano passado sem os reforços. Foi uma estreia razoável. Capão Raso fez as oportunidade que teve, e nós perdemos muitas e acho que o resultado foi justo pelo que apresentaram”, afirmou o técnico do Uberlândia, Joãozinho Ribeiro. “Fizemos baita jogo. Independente de erro de arbitragem, se o gol deles estava impedido ou não, mas o resultado foi justo pelas duas equipes que lutaram”, completou o técnico do Capão Raso, Júnior Saurim.
Ninjas à toda
No jogo de fundo entre Santíssima Trindade e Shabureya, o time visitante começou à toda. Usando bem os lados do campo, o time citroalvinegro conseguiu chegar à abertura do placar logo aos 13 minutos de jogo. O lateral-direito Bolinha arrancou pelo flanco e bateu cruzado, surpreendendo o goleiro Jeci.
O Trindade tinha dificuldade de chegar e viu as coisas se complicarem com a expulsão de Lelo aos 41 minutos após segundo cartão amarelo.
Falha nossa
Confiamos demais na tecnologia e ela nos deixou na mão. No fim do primeiro tempo do jogo de fundo, nossa bateria de celular morreu. Pior: o carregador reserva também acabou, em mais uma comprovação empírica da Lei de Murphy. Sendo assim, ficamos devendo imagens do segundo tempo da partida.
Visitante de quatro patas
E justamente no segundo tempo da partida, um visitante rondou o campo. Mesmo sob esforço da arbitragem, o cão não deixou o gramado. Sorte do espetáculo que ele ficou restrito maior parte do tempo à linha de lado. Em certo momento, até deu uma saída, mas voltou para conferir o espetáculo como se fora ponta-direita do time local.
Virada e polêmica
Durante a partida, os dois times se irritaram bastante com a marcação de diversos impedimentos. Aos 14 minutos, o árbitro Jhonathan Fossa da Cruz marcou pênalti em toque de mão de Bolinha. O autor do gol do Shabureya já tinha amarelo e acabou sendo expulso, deixando dez homens para cada lado. Aos 15 minutos, Rodolfo bateu com categoria e empatou a partida deslocando o goleiro Homero.
O Shabu passou a apostar nas subidas do bom volante/lateral Vermelho, enquanto que as respostas do Santíssima Trindade se concentravam no incisivo lateral Baiano. Logo após o gol de empate, houve um lance de pênalti a favor do Santíssima Trindade não marcado, considerado mais acintoso pelo próprio banco do Shabureya que o pênalti marcado.
A polêmica maior veio aos 29 minutos com o pênalti marcado em toque atribuído a Tchesco. O zagueiro do Shabureya mostrou em vão a marca de bolada na barriga ao árbitro, que manteve a decisão. Rodolfo repetiu a cobrança rigorosamente igual à primeira e colocou o Trindade em vantagem no placar.
No final da partida, aos 45 minutos, Felipe do Santíssima Trindade foi expulso direto por entrada por trás, deixando o time da casa com nove atletas durante o período de acréscimos.
“Fizemos bom jogo diante do Shabureya e conseguimos sair com virada com dois gols no segundo tempo”, analisou o técnico estreante do Santíssima Trindade, Oscar Kirsten, que substitui Jean Pierre, que se tornou vice-presidente do clube. “O time começou bem. Caímos na pressão dos caras. É difícil jogar aqui. A gente se perdeu. Não podemos falar de arbitragem, mas prejudicou. Muitos atletas jovens sentiram, mas é um grupo que vai crescer muito e foi bem hoje”, afirmou Pepe, técnico do Shabureya.
Arco-íris
Uma chuva fraca caiu nos minutos finais da partida e exatamente ao apito final, um frondoso arco-íris apareceu no Parque Linear. Infelizmente não temos a imagem do fenômeno, que acompanhou o pôr do sol no sentido contrário.
Ficha técnica das partidas:
Rodada dupla no Parque Linear, Cajuru, Curitiba
Uberlândia 3 x 3 Capão Raso
Uberlândia: Gaúcho; Luan, Thiagão, Alex Paiva e Luizinho; Nepo, Jiraiya (Alan), Juliano (Marlon) e Luanzinho; Boca e Kiki. Técnico: Joãozinho Ribeiro.
Capão Raso: Gênesis; Alex, Diego Couto, Jean e Bruninho; Carlos Eduardo*, Igor Sales*, Lipe e Wagner; Luan e Jackson. Técnico: Júnior Saurim.
* Jogadores com identidade sob suspeita
Arbitragem: Maykon Brito de Freitas, Reube Dorychlop dos Reis, Simone Nascimento.
Gols: Luanzinho (UBE, 17’/1.º), Wagner (CRA, aos 26’/1.º, aos 51’/2.°), Alex Paiva (contra, a favor do CRA, aos 31’/1.º), Kiki (UBE, aos 12’/2.º), Boca (UBE, aos 14’/2.º)
Cartões Amarelos: Nepo, Kiki, Alan (UBE); Alex, Jean, Carlos Eduardo, Igor Sales, Jackson (CRA).
Cartão Vermelho: Alex (CRA, aos 56’/2.º, dupla advertência)
Santíssima Trindade 2 x 1 Shabureya
Santíssima Trindade: Jeci; Baiano, Folha, Juliano e Lelo; Marcão, Lelê, Henrique (Du Love) e Rodolfo; Wesley (Júnior) e Tom (Felipe). Técnico: Oscar Kirsten.
Shabureya: Homero; Bolinha, Cleber, Tchesco e China; Vermelho, Murian (Herisson), Gibson e Matheus (David); Wesclei (Guto) e Felipe (Neguinho). Técnico: Pepe.
Arbitragem: Jhonathan Fossa da Cruz, Simone Nascimento e Reube Dobrychlop dos Reis.
Gols: Bolinha (SHA, aos 13’/1.º), Rodolfo (STR, aos 15’/2.º, aos 29’/2.º).
Cartões Amarelos: Lelo, Du Love (STR); Bolinha, Tchesco, China, Vermelho (SHA).
Cartões Vermelhos: Lelo (STR, aos 41’/1.º, dupla advertência), Bolinha (SHA, 14’/2.º, dupla advertência), Felipe (STR, aos 45’/2.º, vermelho direto por entrada por trás).
Olá à Imprensa do Futebol Metrópole.
Parabéns pela cobertura ao esporte amador de Curitiba, isso fortalece o conjunto da obra.
Sou, Oscar Kirsten, técnico do Santíssima Trindade em 2017. Venho aqui publicamente criticar a atuação do arbitro Jhonathan Fossa da Cruz que fez uma péssima atuação e muito mal educado.
Longe das jogadas, confusos nos lances, péssima interpretação da leitura das jogadas, faltas invertidas, empurra os atletas e muito mal educado.
Estou a disposição.
Oscar Kirsten
O Rio Branco em 1977 passou por algo parecido diante do Grêmio Maringá, dizem os antepassados.