Quem foi ao Octávio Silvio Nicco acompanhar o clássico entre Imperial e Nova Orleans na tarde deste sábado (20) pôde acompanhar uma boa partida de futebol na mesma medida que muita confusão. Com a bola no pé, os dois arquirrivais da Zona Oeste de Curitiba promoveram um emocionante 4 a 2 pela Copa de Futebol Amador da Capital com os dois ataques jogando no alto nível que era esperado antes do apito inicial. Mateus, Arroz e Caíque, duas vezes, fizeram os gols tricolores. Leomar e Igor fizeram os gols esmeraldinos.
Quando a bola não rolou, muita confusão. O árbitro Felipe Kirchner Bello teve a atuação muito questionada e em três momentos viu sua atuação fugir de controle. A primeira na expulsão de Leomar, a segunda na expulsão de Ederson e a terceira na invasão de campo por parte de membros da comissão técnica do Nova Orleans que por pouco não terminou em agressão. Infelizmente, a partida tenderá a ter desdobramentos fora do campo nos tribunais.
Com o resultado, o Imperial segue na liderança isolada, agora com 12 pontos marcados em quatro jogos disputados. O Nova Orleans é o sexto colocado com sete pontos em cinco jogos. Na próxima rodada, os dois times voltam a campo no mesmo local, o Manoel Gustavo Schier. O Nova Orleans enfrenta o Nacional às 13h30 e o Imperial defende a liderança contra o Uberlândia às 15h30.
“Ficamos atrás no placar duas vezes e conseguimos empatar e virar. Nosso time tá de parabéns e é para chegar”, disse Caíque, autor de dois gols do Imperial.
“Uma vergonha que tudo isso aconteceu. Isso prejudica todos os times. Fizemos muitas faltas bestas, é verdade. Chegamos no nosso auge no primeiro tempo, quando fizemos 2 a 1. Jogar no segundo tempo contra o time do Imperial e contra o árbitro é complicado”, disse Du, capitão do Nova Orleans após o jogo.
A partida
O Nova Orleans apresentou uma equipe apostando na boa qualidade do meio de campo, agora com Victor Tilly deslocado da lateral para a armação, e do ataque acima da média formado por Igor e Ederson. Do outro lado, o Imperial mostrou o porquê de estar na liderança: uma equipe que cria bastantes chances de gol e deixa seus atacantes com facilidade para concluir, mesmo contra defesas fortes, caso de seu arquirrival.
No entanto, marcando a saída de bola, o Nova Orleans conseguiu forçar erros do Imperial. Assim, saiu na frente aos 4 minutos do primeiro tempo. O goleiro Júlio teve de rifar bola recuada, que sobrou para Ederson, que chutou contou com a defesa do goleiro. Victor Tilly chutou, a zaga salvou e Leomar empurrou para dentro.
Depois do gol, o Nova Orleans mudou de postura e passou a apostar nos contra-ataques. O Imperial empilhou chances perdidas. Aos 35 minutos, Mateus recebeu perto da área, limpou a marcação duas vezes até ver uma brecha e chutar rasteiro no canto de Yuri, empatando a partida.
A igualdade durou muito pouco tempo. Aos 40 minutos, Igor recebeu lançamento, dominou com categoria e chutou no canto com qualidade, recolocando o Nova Orleans na frente.
A segunda etapa foi quente além da bola. Os dois times seguiram empilhando chances e dando trabalho aos dois goleiros. Mas tudo parecia se encaminhar para a perda dos 100% de aproveitamento do Imperial quando as coisas começaram a desandar do ponto de vista disciplinar.
Aos 15 minutos, após reclamar da não marcação de uma falta a favor e da marcação de uma falta contra, Leomar acertou o árbitro Felipe Kirchner Bello. Expulso, deixou o Nova Orleans com dez em campo e teve início a primeira confusão em campo.
Com os ânimos parcialmente amansados, o técnico Oliveira recuou Igor e apostou na velocidade e determinação de Ederson como único atacante. Ao mesmo tempo, o técnico Pastor povoou o ataque de sua equipe. Deu certo para o Imperial, embora o Nova Orleans seguisse levando perigo e tivesse um esquema de jogo funcional.
Aos 31 minutos, Adson subiu pela esquerda e cruzou na medida para Arroz, soltinho, cabecear com consciência para o gol sem precisar sequer sair do chão. Estava empatada a peleja, que poderia ser virada logo em seguida se o mesmo Arroz tivesse chutado a gol em uma jogada com a meta livre.
A virada acabou vindo aos 36 minutos com Caíque, em mais uma boa estocada da dianteira do Imperial, que passou a administrar o tempo após conseguir estar na frente do placar pela primeira vez no clássico.
O Nova Orleans reclamou pênalti de Leonardo em Igor, mas a arbitragem mandou seguir. Aos 45 minutos, depois de sofrer uma falta, Ederson reclamou com o árbitro com xingamentos e foi expulso sem que o cartão vermelho fosse mostrado. Seguiu-se uma confusão com direito a cobertura policial. O árbitro Felipe Kirchner Bello alegou que tinha receio de ser agredido ao mostrar o cartão.
O jogo ficou paralisado por três minutos até os ânimos aparentemente serenarem e a bola voltar a rolar. No retorno, em um contra-ataque, com o relógio marcando 49 minutos, Caíque aproveitou e deu números finais à partida: 4 a 2.
Fim de papo? Não. Ao apito final, dois membros da comissão técnica do Nova Orleans entraram em campo perseguiram o árbitro, que por pouco não acabou sendo agredido. Vários atletas partiram para a reclamação. O reforço policial, que havia chegado na metade do segundo tempo, ficou maior, chegando a um contingente de sete policiais militares, que precisaram escoltar o árbitro e até mostrar que tinham balas de borracha caso alguém se exaltasse mais.
Ficha Técnica:
Imperial 4 x 2 Nova Orleans
Estádio Octávio Silvio Nicco, Mossunguê, Curitiba
Imperial: Júlio; Galo (Caíque), Edson, Lelê e Adson; Zeti, Giovani, Mateus (Leonardo) e Douglas; Dennis (Arroz) e Fernandinho. Técnico: Pastor Serafim.
Nova Orleans: Yuri; Gi (João), Du, Márcio e Dega (Fininho); Erick, Molão (Luan), Leomar e Victor Tilly; Igor e Ederson. Técnico: Alexandre Oliveira.
Arbitragem: Felipe Kirchner Bello, Heitor Alex Eurich e Luiz Henrique Campanhoni Amadori.
Gols: Leomar (UNO, aos 4’/1.º), Mateus (IMP, aos 35’/1.º), Igor (UNO, aos 40’/1.º), Arroz (IMP, aos 31’/2.º), Caíque (IMP, aos 36’/2.º, aos 49’/2.º).
Cartões Amarelos: Galo, Zeti, Mateus, Fernandinho (IMP). Gi, Márcio, Erick, Molão, Leomar (UNO).
Cartões Vermelhos: Leomar (UNO, aos 15’/2.º, agressão); Ederson (UNO, aos 45’/2.º, reclamação. O árbitro não mostrou o cartão, apenas informou que o atleta estava expulso).