E pela segunda edição seguida a Suburbana tem um campeão inédito. O Novo Mundo conquistou neste sábado (22) seu primeiro título da Série A do Amador de Curitiba. E foi com autoridade, batendo o Trieste em pleno Francisco Muraro por 3 a 2, saindo atrás do marcador, mas fechando a série decisiva em um expressivo 5 a 2 no placar agregado.
Bruninho, Éder e Will marcaram para os Diabos Vermelhos (que nesta partida trajaram vestes angelicalmente brancas), enquanto que Evandro e Magu marcaram para o Trieste.
“Feliz demais pelo título. Jogadores merecem, torcida merece. Tivemos no começo dificuldades com os pontos, mas conseguimos reagir. É Novo Mundo!”, disse um empolgado meio-campista Will, autor do gol que selou a vitória.
“Foi uma partida dura. A equipe trabalhou bem todos os períodos da competição. Parabéns ao Novo Mundo, venceram os dois jogos da final e foi um título merecido”, analisou o zagueiro Douglas do Trieste. Com este vice-campeonato, o Trieste adiou o sonho do 14.º título, mantendo-se neste momento com 13 estrelas.
Remontada incrível conduz Novo Mundo ao título
A campanha do Novo Mundo trouxe o signo da recuperação. A equipe teve um começo turbulento em que os resultados não vinham. Flertou com o rebaixamento, chegou a estar na lanterna. A primeira vitória veio, curiosamente, sobre o Trieste apenas na 7.ª Rodada.
Naquele momento restava a se jogar apenas 4 partidas das 11 da Fase de Classificação e o Novo Mundo seguia na Zona de Rebaixamento. Apenas na rodada seguinte, a 8.ª, que a equipe alvirrubra finalmente saiu da zona perigosa para não ser mais batida e arrancar primeiro para uma classificação em sétimo lugar e depois para um percurso derrubando equipes de melhor campanha nas fases anteriores até chegar ao título inédito e histórico com direito a duas vitórias na final. Foi uma maré vermelha avassaladora pelos campos da capital.
“É um time de guerreiros. Duas vitórias na final, difícil. Treinamos só na quarta feira. Eliminamos grandes times do Santa Quitéria e Iguaçu. Conquistamos este título na raça e na superação. Cada um foi ganhando confiança, foi sofrendo, vencendo dificuldades”, afirmou bastante emocionado o experiente técnico Ivo Petry do Novo Mundo.
O jogo
A vantagem de 2 a 0 poderia ser um colchão de segurança para o time do Novo Mundo e o tempo seria aliado. No entanto, com apenas 6 minutos de partida, a bola cruzou várias vezes a área visitante até a conclusão certeira de Evandro. O Trieste pulava à frente e encurtava a vantagem para apenas um gol.
Pelo lado esquerdo do campo no primeiro tempo, o Trieste via seu mapa da mina com as subidas de Gilton. Mas com o andar da carruagem foi abandonando seu melhor lado. Isso permitiu uma reorganização do Novo Mundo, que reequilibrou as ações.
No banco, por reclamação, Gui do Novo Mundo foi expulso aos 39 do primeiro tempo.
Quando parecia que Ivo Petry precisaria mudar os planos no intervalo, o inteligente centroavante Natan, um pivô bastante tático, caiu pela esquerda buscar jogo e cruzou rasteiro para Bruninho. O lépido camisa 11 tentou uma letra, a bola desviou no goleiro Lucas Alves e entrou. O gol trouxe alívio ao time visitante, pois recolocou os pratos na mesma posição do apito inicial.
Quem precisou mudar os planos foi Ednélson Conceição. O treinador triestino colocou ainda no intervalo Feijão, que havia sido preterido entre os titulares, para abrir espaços e tentar os gols necessários para ao menos ir às penalidades máximas.
Mas quem foi marcar aos 6 minutos na segunda etapa foi o Novo Mundo. Éder acertou uma bela finalização de sempulo para virar o marcador.
Aos 14 minutos, nova igualdade no marcador. O Trieste chegou ao empate com Magu batendo pênalti com firmeza.
A essa altura, o Trieste já estava lotado de atacantes, mas o Novo Mundo não desmontou seu esquema com quatro meio-campistas. Will ganhava maior parte dos desarmes que tentava e fazia a diferença ao barrar ainda na intermediárias alguns avanços dos locais.
Aos 23 minutos, após uma troca de gentilezas, o árbitro Rodolpho Toski Marques expulsou o meia Souza do Novo Mundo e o volante improvisado de zagueiro Jair do Trieste, que tinha apenas 10 minutos em campo. Para os locais, foi preciso reorganizar a defesa precisando do resultado. E para os visitantes bastou apenas fazer Bruninho dar um passo atrás e seguir ganhando o meio-campo.
O gol da vitória veio justamente dessa vantagem na meia-cancha. Aos 31 minutos, Will roubou uma bola na meia esquerda, triangulou e concluiu a própria jogada que concluiu. Novo Mundo na frente por 3 a 2 e título garantido. Alegria para a barulhenta torcida que lotou a arquibancada tubular colocada no gol de fundo do Francisco Muraro. Um título inédito aos 92 anos para o Novo Mundo.
Nos juvenis, Trieste é campeão com virada
Nos juvenis, o título ficou com o Trieste. A equipe tricolor venceu o Tanguá por 3 a 1 e somou um placar agregado de 6 a 3 na decisão. Ploszaj marcou duas vezes para os mandantes, que também foram às redes com João Pedro. Lemes fez o gol do Tanguá.
Com 23 minutos, o Tanguá saiu na frente com o zagueiro Lemes de cabeça. O resultado levaria a decisão para os pênaltis.
Mas apenas 10 minutos depois, aos 33, Ploszaj empatou o jogo de pênalti.
No segundo tempo, aos 10 minutos, João Pedro virou o marcador para o Trieste. O terceiro gol foi novamente com Ploszaj aos 32 minutos.
A partida teve um total de cinco expulsões, com o Trieste terminando o jogo com dez atletas e o Tanguá com apenas sete.
Ficha Técnica:
Trieste 2 x 3 Novo Mundo
Estádio Francisco Muraro, Santa Felicidade, Curitiba
Trieste: Lucas Alves; Murilo (Repolho), Rodrigo Mancha (Jair), Douglas e Gilton; Borges, Magu e Marquinhos Lima (Léo); Evandro (Feijão), Osmar (Eduardo) e Romarinho (Alysson). Técnico: Ednélson Conceição
Novo Mundo: Vinícius Barriviera; Lucas, Biro, João Antônio e Mamute (Gabriel); Iago, Éder (Denner), Will (Nathan Garcia) e Souza; Bruninho (Gabiru) e Natan (Matheus Cunha). Técnico: Ivo Petry
Arbitragem: Rodolpho Toski Marques, Roberto Rivelino dos Santos Junior, Weber Felipe Silva.
Gols: Evandro (TRI, aos 6’/1.º), Bruninho (NMU, aos 46’/1.º), Éder (NMU, aos 6’/2.º), Magu (TRI, aos 14’/2.º), Will (NMU, aos 31’/2.º).
Cartões: Amarelos: Murilo, Rodrigo Mancha, Douglas, Marquinhos Lima, Alysson (TRI); Lucas, Eder, Will, Natan (NMU). Vermelhos: Gui (NMU, no banco aos 39’/1.º), Jair (TRI, aos 23’/2.º), Souza (NMU, aos 23’/2.º).
