Continuando com nossa perspectiva do futebol em 2015 com o futebol fora do Trio de Ferro da Capital. O Londrina tornou-se ao mesmo tempo exemplo e time a ser batido em 2015. A fórmula do Londrina, que rendeu em 2014 o Paranaense e o acesso para a Série C, já é aplicada há anos: base forte e garimpagem de alguns reforços emergentes ou de preço em conta. Tudo misturado com a longa manutenção de Claudio Tencati, como técnico, indo para sua quinta temporada seguida no Alviceleste. O Tubarão é um dos clubes que melhor faz a transição profissional-base no estado e tem em seu treinador alguém que já trabalhou com garotos num passado recente. Se no mínimo se mantiver na Série C do Brasileirão, tende a se fortalecer mais ainda, pois garantirá mais temporadas com calendário cheio.
Os desafiantes de fora do Trio de Ferro deste ano parecem estar mais fortes que no ano passado. Pela movimentação de mercado, o J. Malucelli, o Operário, o Rio Branco, o Foz e o estreante FC Cascavel apostaram em alguns nomes com certa grife no futebol do interior e até brasileiro.Por mais que a situação financeira do futebol brasileiro seja periclitante, a diminuição do número de times em uma década (chegamos a ter 16 times na elite estadual, mas agora temos 12) fez com que ficasse mais raro equipes sem competitividade na competição e fez com que subisse a força média das equipes além do trio Coritiba-Atlético-Paraná. Isso refletiu em quase acessos do Operário e do Cianorte e no acesso do Londrina.
Esta temporada é a última com o Paranaense valendo duas vagas para a Série D. A partir deste ano, haverá o Copa FPF, torneio de segundo semestre com equipes sub-23, valendo uma vaga para a partir de 2016. Um efeito colateral interessante serão times investindo mais em jovens e com calendário garantido. Provavelmente, os sub-23 terão contratos mais longos, servindo as clubes não apenas durante o Estadual. É algo que merece ser visto com atenção. Dará certo se os clubes sempre participarem e não esvaziarem a competição, como foram as tentativas anteriores da Copa Paraná.
O campeonato está mais competitivo “ao nível Paraná”, mas os R$ 20 de ingresso é caro pra cidade do interior (ao menos esse mínimo era estipulado para o torneio). R$100 por mês pra acompanhar todos os jogos faz falta. Assim não se cria torcedor de clube paranaense (pesquisas indicam) , muito menos se garantem públicos razoáveis. Fica ao menos a torcida pelos programas que os principais clubes estão criando para seus torcedores.