Vários mundos cabem num UberMundo

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Para ir do Manoel Gustavo Schier (E) à Arena Vermelha (D), você anda menos de 1 km
Para ir do Manoel Gustavo Schier (E) à Arena Vermelha (D), você anda menos de 1 km (favor ignorar o endereço que aparece. A gente dá o exato ali embaixo

Neste sábado (28) será jogada uma final entre duas equipes bem próximas. Esqueça a Liga dos Campeões às 15h45. O canal em Curitiba, às 15h30, no Manoel Gustavo Schier, campo do Uberlândia, é o primeiro jogo da final entre os vizinhos Uberlândia e Novo Mundo valendo a Copa de Futebol Amador da Capital. A volta será na outra semana na Arena Vermelha, apenas 900 metros a pé do local do jogo de ida.

É um duelo de semelhanças e de diferenças entre os dois rivais do bairro do Novo Mundo, zona sul de Curitiba. Em comum, além do bairro, destacamos de cara que os dois times chegaram à decisão vencendo todos os seus jogos. Sim, algo raro em uma competição que dois times chegaram à finalíssima, no oitavo jogo depois da estreia, com 100% de aproveitamento. Fica claro que o vencedor o será com bastante justiça. Vamos entender agora os vários mundos que cabem dentro de um clássico UberMundo.

Como se faz um 100%?

Time do Uberlândia antes da ida da semifinal contra o Vila Fanny
Time do Uberlândia antes da ida da semifinal contra o Vila Fanny

Nas suas sete vitórias, o Uberlândia fez 20 gols, segundo melhor ataque da competição, e sofreu cinco, melhor defesa ao lado do Novo Mundo. Na primeira fase o time auriazul esteve no Grupo B. Na estreia, venceu o Vila Sandra por 2 a 0. Depois, fez 5 a 0 no Sergipe e 1 a 0 no Nacional. A classificação antecipada veio com uma vitória de 1 a 0 sobre o União Ahu, fechando a primeira fase com um 3 a 2 sobre o Imperial. Nas semifinais, a largada foi com um 5 a 1 sobre o Vila Fanny complementado com um 3 a 2 no jogo de volta em casa.

Time do Novo Mundo antes do jogo de volta das semifinais contra o União Ahu
Time do Novo Mundo antes do jogo de volta das semifinais contra o União Ahu

O Novo Mundo construiu sua campanha de sete vitórias com 28 gols a favor, melhor ataque, e cinco gols sofridos, melhor defesa ao lado do rival Uberlândia. Esta diferença nos números do ataque deram ao time alvirrubro a vantagem de decidir o duelo em casa. A campanha no Grupo A começou com um 2 a 1 sobre o Palmeirinha, seguido de um 3 a 0 sobre o Grêmio Ipiranga. Em seguida, veio um 4 a 2 sobre o Santíssima Trindade e a classificação antecipada com um 4 a 1 no clássico contra o Capão Raso. O primeiro lugar na chave foi confirmado com uma goleada de 6 a 1 sobre o Vila Fanny. Nas semifinais, mais duas goleadas sobre o União Ahu: a primeira por 4 a 0 e a segunda por 5 a 0.

Briga pela artilharia

Os dois times lideram a artilharia da competição. Paulinho do Uberlândia tem oito gols e o meia Jhony Ribas do Novo Mundo tem seis. Salvo algum desempenho de Alex Mineiro nos dois jogos decisivos por parte de companheiros deles, a briga pelo prêmio individual será entre os dois.

Vizinhos de cara diferente

A final coloca frente a frente dois clubes com perfis diferentes, por mais que dividam o bairro e sejam sediados em locais de perfil sócio-econômico semelhante.

O Novo Mundo aposta em vários jogadores com passagens recentes pelo profissionalismo como o goleiro Jociel Henrique, o zagueiro Ricardo Ehle, o lateral-esquerdo César Romero e o atacante Marquinhos Cambalhota, mesclados com alguns jogadores vindos da base.

O Uberlândia, com orçamento bem mais modesto, tem na sua equipe nomes menos badalados para o público em geral, mas vários atletas rodados na Suburbana, como o experiente meia-armador Cenoura. É um time basicamente talhado nos gramados do futebol amador.

Concepções táticas diferentes

Taticamente, os dois times são bem distintos e têm impressas características de trabalho de seus treinadores. Se tem muito time profissional que carece do tal padrão de jogo, ele é bem presente em Uberlândia e Novo Mundo.

O Novo Mundo do técnico Ivo Petry costuma atuar com defesa alta, tentando matar a saída de bola adversária, mesmo que isso exponha a defesa em alguns momentos. Adepto normalmente de esquemas com três zagueiros, costuma abrir mão disso em alguns momentos, mas sempre gosta de ter times que usam os flancos do campo, seja com alas, seja com pontas.

O Uberlândia do técnico Joãozinho Ribeiro tem um estilo de jogo que a princípio parece mais cauteloso com uma defesa bem postada, mas utiliza deste expediente para liberar o setor de meio de campo, bastante voluntarioso e participativo e capaz de viradas rápidas de jogo, casado com um ataque de mobilidade acima da média. Durante a competição, mostrou-se capaz de adaptar seu estilo de jogo a diferentes tipos de pisos: grama alta e baixa, seca e molhada.

Dentro de campo, algumas coisas são bem parecidas:

No gol

O gol do Novo Mundo é defendido por Jociel Henrique, ex-Paraná. O guarda-metas se destaca no um contra um e nas saídas com os pés. Curiosamente, saídas com os pés são um dos pontos fortes de Jiraya, do Uberlândia, que curiosamente era zagueiro, assumiu o gol por uma contingência e acabou sendo mantido por agradar. O outro é a facilidade de sair pelo alto.

Xerife quer estrela no peito

Os dois times contam com seus xerifes. Do lado do Novo Mundo, o grandalhão Bruno Santos volta de suspensão. Do lado do Uberlândia, olho em Alex Paiva.

Fecha o meio

O Novo Mundo tem como principal trinco Helton, enquanto que Nepo é o primeiro volante de confiança no Uberlândia.

Ligados no 220 V

Para onde você olhar no campo, boas chances de encontrar um desses jogadores ou os dois juntos: Marquinhos Lima do Novo Mundo e Rafinha do Uberlândia são os motorzinhos de suas equipes.

Chegada com força

Olho também em Fernandinho, do Novo Mundo, e Juliano, do Uberlândia. Eles podem aparecer quando menos se espera para dentro do gol.

Maestros das orquestras

O Novo Mundo tem como um de seus vetores criativos Jhony Ribas, bastante perigoso também nas bolas paradas. O armador Cenoura controla o ritmo do Uberlândia seja encurtando ou alongando o jogo conforme a necessidade.

Apostas de gols

Ivo Petry deve promover o retorno de Marquinhos Cambalhota, apesar de Djonathan ter ido bem na volta da semifinal. Se a coisa apertar, tem a bola parada já citada em nosso humilde guia. O Uberlândia divide a responsabilidade irmãmente entre o artilheiro Paulinho, mais móvel, e Oberdan, centroavante que vem de boa sequência.

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A partida deste sábado no Manoel Gustavo Schier (Rua Domingos Gutierrez Beltrão, 60, Novo Mundo) tem entrada franca.

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