Editorial: entre a insensatez e a insensibilidade

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O Campeonato Paranaense está de volta. A notícia seria um verdadeiro alento se a pandemia de Covid-19 estivesse ao menos controlada como em outros países em que o futebol voltou recentemente. Não é o caso do Brasil e ainda mais não é o caso do Paraná.

Estamos certamente próximos ao pico com o estado inteiro próximo a um colapso hospitalar, com um governo federal extremamente irresponsável, um governo estadual omisso e completamente à deriva e, no caso de Curitiba, uma municipalidade que dá a sua população a conta de uma postura governamental arrogante e temerária mostrada principalmente quando tudo parecia sob controle. É uma sucessão de erros, vários deles intencionais, exemplos mundiais do que não se fazer.

Neste caldeirão que traz de volta a competição estadual se junta uma vontade suicida de dirigentes em finalizar uma competição sem clima, com clubes menores desmontados e clubes maiores querendo seguir o que outros estados estão fazendo achando que vão ficar para trás.

Os protocolos adotados pela CBF e a FPF para emular uma normalidade de mentirinha possuem furo. Houve um surto com 14 infectados no Athletico, um membro da comissão técnica do Coritiba está ou esteve na UTI e agora o técnico, auxiliar e até atleta do Operário foram diagnosticados com Covid-19. Corre-se o risco de se repetir a tragédia de Santa Catarina em que jogadores acabaram atuando infectados e iniciou-se um surto que obrigou o campeonato a parar. O jogador Roberto da Chapecoense precisou passar alguns dias no hospital com complicações, a despeito do histórico de atleta.

O Brasil tem se mostrado incompetente para achatar e mitigar a curva de mortes e infecções. E o futebol retornar neste momento, além do risco a atletas, pessoal de apoio, árbitros e imprensa, é também um desrespeito àqueles que estão padecendo.

Em outros países, com menos mortes diárias, como no caso da Itália (que causou comoção aqui no Brasil, agora anestesiado em sentir a mesma comoção quando é com compatriotas), nenhum clube cogitou ou pressionou pelo retorno precoce do futebol. São menos gananciosos? Não. Só que há sensibilidade lá com que estava acontecendo, diferente desses tristes trópicos em que se banalizou a morte e a mais grave crise sanitária dos últimos cem anos. Alguns acham que é uma gripezinha, talkey.

Por isso a tarja preta que corta o símbolo da competição, pois é um monumento para algo entre a insensatez e a insensibilidade. É também um lembrete de que a pandemia não acabou, não há remédio eficaz, não há vacina e que infelizmente estamos todos sozinhos como aqueles que nunca mais serão vistos por quem os ama.

O Futebol Metrópole divulgará os resultados e números do que restará do Paranaense. É compromisso com o leitor e também uma forma de registro histórico. Mas deixamos claro que nossa opinião é a de que não era o momento certo para este retorno.


Números e Rodada:

Jogos no campeonato: 66

Gols no campeonato: 159

Média de gols do campeonato: 2,41

 

Classificação Final da Primeira Fase

1.º Coritiba – 24 pts

2.º FC Cascavel – 23 pts

3.º Athletico – 22 pts

4.º Operário – 20 pts

5.º Cianorte – 18 pts

6.º Londrina – 15 pts

7.º Rio Branco – 14 pts

8.º Paraná – 13 pts

9.º Cascavel CR – 11 pts

10.º Toledo – 10 pts

11.º PSTC – 6 pts

12.º União Fco Beltrão – 5 pts

 

Artilharia:

6 gols

Pedrinho (CAP)

5 gols

Rone (CCR)

4 gols

Magno, Paulo Sérgio (FCC)

Pelezinho (CIA)

Douglas Coutinho (OPE)

3 gols

Jajá (CAP)

Lucas Tocantins, Paulo Baya (FCC)

Lucão (CIA)

Rafinha, Rhodolfo, Robson, Ruy, Sassá (CFC)

Jefinho (OPE)

2 gols

Christian, Guilherme Bissoli, Nikão (CAP)

Adenílson (FCC)

Maurício Barbosa, Morelli (CIA)

Matheus Sales, Thiago Lopes (CFC)

Júnior Pirambu, Marcelinho, Matheus Bianqui (LEC)

Lucas Batatinha (OPE)

Andrey, Renan Bressan, Robson(PRC)

Gerônimo, Grafite (PSTC)

Douglas, Felipe Nunes, Vinícius Balotelli (RBR)

1 gol

Breno Lopes, Carlos Eduardo, Danilo Boza, Kleiton, Léo Gomes, Lucas Halter, Vinícius Mingotti (CAP)

Diego Lopes, Lucy, Marco Mateus, Ramon, Renê (CCR)

Guilherme Parede, Igor Jesus, Rodolfo Filemon, Sabino, Wellissol (CFC)

Afonso, Marcel, Quaresma (FCC)

Buba, Everton Bala, Felipe Ramón (CIA)

Augusto, Danilo, Igor Paixão, Marcelinho, Miullen, Ruster Santos, Uelber, Zé Pedro (LEC)

Juan Sosa, Schumacher, Tomás Bastos (OPE)

Fabrício, Marcelo, Raphael Alemão (PRC)

Aldair, Leandro, Wallace (PSTC)

Bruno Andrade, Kaio Wilker, Romão, Salazar, William Batoré (RBR)

Christian, Dudu, Gustavo, Lucas Vieira, Maranhão, PH, Vinícios (TEC)

Clayton, Douglas, Léo Bartholo, Luan, Sato, Samuel, Sorbara (CEU)

Gol contra

Casemiro (CEU, pró-CIA)

 

Cruzamentos:

Coritiba x Paraná

(enfrenta nas semifinais)

Operário x Cianorte

(enfrenta na final)

FC Cascavel x Rio Branco

(enfrenta nas semifinais)

Athletico x Londrina

 

Quartas de Final – Ida

Sábado (18/07)

14 h – Rio Branco x FC Cascavel @ Germano Krüger, Ponta Grossa

16 h – Cianorte x Operário @ Albino Turbay, Cianorte

Domingo (19/07)

16 h – Paraná x Coritiba @ Vila Capanema, Curitiba

18 h – Londrina x Athletico @ Ubirajara Medeiros, Cornélio Procópio

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