Novo Mundo vence Trieste e fica próximo de título inédito da Suburbana

6 min read

por Gladson Rafael Nascimento, autor convidado

Torcida do Novo Mundo faz festa na Arena Vermelha. Sonho quase centenário pode se realizar no próximo sábado (Foto: Gladson Rafael Nascimento)

Sonho que se sonha junto é realidade, ou quase. Falta pouco para a almejada gloria sonhada seja alcançada. Dizem que a paciência é uma arvore amarga que oferece frutos doces.

O Almeria e o Villareal lá na Espanha, o Hull City na terra da Rainha (agora do rei), Hoffenheim com 123 e Udinese com 126 anos, o Gimnasia na vizinha Argentina e a Ponte Preta por aqui. Todos com algo em comum: nunca terem vencido a Série A dos respectivos campeonatos qual disputam desde sua fundação. Grupo esse onde também esta inserido o longevo Novo Mundo.

Entretanto, se a postura tática e o ímpeto deste elenco continuarem, junto com a organização e vontade de vencer que vem sendo apresentada, muito provável que dure somente até sábado (22) a participação neste desagradável pacote de não campeões. Basta não ser derrotado por mais de dois gols pelo Trieste, pois o 2 a 0 da ida na Arena Vermelha no último sábado (15) concedeu esta vantagem ao quadro alvirrubro. A partida de volta será às 15h30.

Detalhar esta historia fica bem melhor em caso de título. Então aguardamos mais alguns dias (carta antizica ativada). Embora saia com uma baita vantagem no placar agregado para o jogo decisivo, não será uma conquista fácil se ela ocorrer. Não há duvidas de que será vendida caro.

O jogo

Eu sou um entusiasta do “tatiquês”.  Entender os números e estatísticas de uma partida nos ajudam e muito a ver outra dinâmica do jogo, colocam muitas possibilidades de chegar mais próximo da vitória e diminuem as chances de derrota.
Na contramão da lucidez, também não descarto o imponderável e o intangível que o futebol nos oferece. Sempre tem algo de inexplicável acontecendo neste esporte.

Já no inicio da partida veio a impressão que seria um replay do jogo da semi final: pressão na retomada e arremate a gol com menos de 2 minutos. Este é o Novo Mundo que conhecemos.

Porém, não foi bem assim. Afinal ninguém cai de paraquedas numa final (menos que você seja Alberto Valentim). O time que até então não havia empolgado muito na competição veio para a disputa sabendo o que tinha que fazer. O Trieste é o tipo de esquadra que cai muito bem alguns ditados populares. Os dois clichês mais adequados certamente são: time cascudo e camisa pesada.

Jogo franco, equipe taticamente muito bem postada e, conforme o tempo passava, ia crescendo dentro de campo. Havia domínio do meio e ótimas chances criadas para abrir o placar, mas faltava alguma coisa, talvez por Feijão estar um pouco isolado no comando do ataque. Havia a necessidade de compor as sobras com mais volume e não se expor muitos aos contra-ataques. Como já disse Soriano, “a bola não entra por acaso”.

O Novo Mundo não fazia um mau jogo naquele primeiro tempo, mesmo estando num ritmo abaixo do que se esperava. O mérito foi do adversário, que em algumas jogadas contava com a imposição e talento individual de seus jogadores. Um dos melhores lances da primeira etapa saiu assim. Gabriel pela lateral esquerda driblando para dentro na risca da grande área chutou no canto obrigando Lucas Alves, obrigando a fazer grande defesa rebatendo nos pés de Bruninho, que sem marcação, em tarde nada inspirada, isolou a bola no estacionamento atrás do gol de entrada da Arena Vermelha.

Pois bem, cito novamente o gestor do Manchester City (Ferran Soriano), “é a força coletiva que permite o individual aparecer”.

Bola retomada na defesa, passe longo para Natan na ponta direita, giro em cima dos dois marcadores, velocidade e chute cruzado, novamente defesa do goleiro e bola rebatida para o meio da área. Parecia replay, mas na segunda vez que o acaso se ofereceu, Souza não desperdiçou. Minuto 44, chapada seca no canto, bola na rede, água no vinho dos Italianos.

Na volta para o segundo tempo, a chuva flertava em participar da festa, a temperatura caiu e levou junto com ela toda a boa partida do Trieste. Ednelson mexeu , porem sem êxito. Haviam sentido o gol tomado, e sentiriam mais ainda aos 13 minutos da etapa complementar. De novo, ao melhor estilo “destino”, a bola sobrou para Will marcar o segundo gol dos Diabos Vermelhos de Seu Ivo. A partir dali foi protocolo, tirando uma bola na trave do goleiro Carlos (NM), que poderia ter diminuído o placar de 2 a 0 para o Novo Mundo, pouco aconteceu no restante do jogo.

Para o Novo Mundo, mais uma vitória e a despedida do Old Trafford das Araucarias na temporada, responsabilidade da vantagem e cabeça fria. O Trieste tem a chance de mostrar porque é o campeoníssimo da Suburbana. Reverter o placar não é uma obrigação, jogar para vencer é.

O Francisco Muraro certamente ira receber uma grande disputa pela Taça, e deixará um excelente campeão na historia.

Nos juvenis, deu Trieste, mas Tanguá assustou em reação

Nos juvenis, o Trieste chegou a abrir uma vantagem, mas viu o Tanguá encostar no retrovisor (Foto: Gladson Rafael Nascimento)

Na preliminar de juvenis o Trieste venceu o Tanguá por 3 a 2. E jogará por um empate para se sagrar campeão. A vantagem poderia ter sido maior após a equipe visitante abrir 3 a 0. Porém, o Tanguá mostrou reação e encostou no marcador, dependendo agora de vitória simples para levar a decisão para os pênaltis. A partida de volta será às 13h15 do próximo sábado (22).

Confira imagens das partidas:

Este slideshow necessita de JavaScript.

Deixe uma resposta

Aviso de cookies do WordPress by Real Cookie Banner