E a Suburbana tem um campeão inédito. Aos 68 anos de idade, o Operário Pilarzinho é o novo campeão da Série A da Suburbana. O título veio neste sábado (14) na vitória de 2 a 1 sobre o Iguaçu em pleno Egydio Ricardo Pietrobelli, na terceira partida da decisão. O gol do título veio de Bitoca, um dos jogadores-símbolo da fase recente do clube, em uma cobrança de falta perfeita aos 47 minutos do segundo tempo. Diego marcou antes para o Operário Pilarzinho e Emerson fez o gol do Iguaçu. Durante os três jogos da decisão, o campeão esteve com a taça na mão por apenas 11 minutos, mas foi o suficiente para não mais largá-la.
Entre os jogadores do Iguaçu, certo sentimento de decepção por estarem perto de levar a decisão para os pênaltis e não ter tempo de reação ao gol da derrota. “Não tem o que falar. O Operário Pilarzinho mereceu a vitória. Jogamos bem, mas infelizmente erramos muito gols. Pilarzinho foi feliz ao aproveitar as chances e converter aquela falta, que tem de dar méritos ao Bitoca, uma batida fenomenal. Temos que parabenizar o Pilarzinho pelo título”, disse Wellington Baroni, meia do Iguaçu.
O gol do título foi a apoteose de uma temporada de dor e superação para Bitoca, principal jogador da equipe, autor de seis gols e várias assistências. “Não dá para descrever essa torcida maravilhosa comemorando esse título inédito. Quem me acompanha de perto, sabe do sofrimento de jogar todo jogo tomando injeção. E Deus é bom e me deu a chance de fazer esse gol e dar o título para essa torcida maravilhosa”, afirmou Bitoca.
“Desde o começo quando fui convidado, tinha certeza que seria uma grande trabalho. As coisas foram acontecendo, graças a Deus a gente fez uma grande final, em nenhum momento nos acovardamos diante do Iguaçu, fizemos três grandes partidas. Com elenco curto, 21 jogadores só, Bitoca com dois ligamentos do tornozelo rompido jogou tudo isso e jogou uma enormidade. Mérito desses atletas”, analisou o treinador Marquinhos Passsaúna.
O Operário Pilarzinho será um dos representantes de Curitiba na Taça Paraná em 2020. O Fortaleza, campeão da Série B, e o próprio Iguaçu, atual campeão, serão os outros dois.
O jogo
Pela primeira vez na decisão, o Iguaçu começou com dois zagueiros. Aderaldo estava suspenso, assim como o volante Helton. O meio-campo, por sua vez, foi mais ofensivo, com Nilvano aparecendo entre os titulares. O Operário Pilarzinho precisou mexer no gol, Juninho suspenso deu lugar a Juliano, e nas laterais, com o zagueiro Diego jogando na direita e o meia Rodriguinho na esquerda.
O Iguaçu esteve mais perto de abrir o placar no primeiro tempo, quando Nilvano forçou Juliano a defender chute cruzado e Diego salvou duas vezes na sequência quase em cima da linha. O Operário Pilarzinho chegou perto com Wesley, mas o primeiro tempo teve um Iguaçu mais presente.
Na segunda etapa, o Operário Pilarzinho entrou mais ligado e saiu na frente com 4 minutos de partida. Diego encontrou Bitoca, que devolveu na frente. O camisa 2 bateu cruzado na saída de Filipe. O resultado daria a taça inédita ao Operário Pilarzinho.
A vantagem durou apenas 9 minutos. Aos 13 minutos, Nilvano bateu falta na esquerda e Emerson escorou de cabeça para empatar e deixar a decisão para os pênaltis novamente.
O Operário Pilarzinho chegou a marcar com Pedro Oldoni, que entrara na etapa final, mas o gol foi anulado sob a alegação de impedimento do camisa 18. E a igualdade foi se mantendo até um momento em que tudo parecia encaminhado para mais uma decisão por pênaltis. Em 2014, quando ficou mais perto do título, o Operário Pilarzinho foi derrotado pelo Nova Orleans nos pênaltis após estar na frente no jogo decisivo. Bitoca, um dos remanescentes da equipe atual, perdeu uma cobrança naquela oportunidade.
Eis que quando tudo parecia terminado, aos 47 minutos, o Operário Pilarzinho conseguiu uma falta quase frontal. Coube a Bitoca, que bate quase todas as bolas paradas da equipe, algumas divide com Thomas Guedes, ajeitar a bola. O que aconteceu a seguir foi o momento da redenção. A batida foi de peito de pé direito, contornou a barreira e foi caprichosamente onde a coruja, curiosamente mascote do Operário Pilarzinho, dorme, no lado esquerdo do goleiro. Indefensável para o goleiro Filipe, que estaria apto a defender apenas se fosse a cobrança mais baixa ou mais fraca. A bola fez o barulho de choque com o metal e depois com as redes. Estava decretado o gol do título do Operário Pilarzinho, o primeiro na Série A.
Ficha Técnica:
Iguaçu 1 x 2 Operário Pilarzinho
Estádio Egydio Ricardo Pietrobelli, Butiatuvinha, Santa Felicidade, Curitiba
Iguaçu: Filipe; Gabriel, Emerson, Douglão e Victor Tilly; Thiago Oliveira (Diego Bianchini), Magu, Wellington Baroni e Nilvano (Roney); Alex Pinhais (Felipe Caron) e Eric. Técnico: Luisinho Netto.
Operário Pilarzinho: Juliano; Diego, Everson, Bruno Alves e Rodriguinho; Aroldo (Kelvin), Robson Baroni, Paulinho e Bitoca; Thomas Guedes e Wesley (Pedro Oldoni). Técnico: Marquinhos Passaúna.
Arbitragem: Lucas Paulo Torezin, Ivan Carlos Bohn e Luis Henrique Campanhoni Amadori.
Gols: Diego (OPP, aos 4’/2.º), Emerson (IGU, aos 13’/2.º), Bitoca (OPP, aos 47’/2.º).
Cartões Amarelos: Douglão (IGU); Rodriguinho, Robson Baroni, Bitoca, Tiago Lima (auxiliar técnico) (OPP).
Quero aqui agradecer essa rádio pela responsabilidade de suas matérias .
Pereira
TEC.Vila Hauer sub 17