Editorial: Encerrando 2023 e pensando em 2024

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Este é o último conteúdo deste ano de 2023. O Futebol Metrópole terá então alguns bons dias de recesso até as vésperas do Paranaense 2024. Foi o mais difícil de nossos 9 anos de existência, com a falta de recursos prejudicando nossa cobertura.

Na maior parte de nossa história, as coberturas foram totalmente bancadas pelo nosso próprio bolso, seja por economias passadas ou por atividades empregatícias paralelas, sejam efetivas ou não.

Se vocês olharem a nossa página “Sobre o autor”, verão que se trata da iniciativa de um jornalista profissional, que passou por um grande veículo e, se pesquisar mais, até colaborou com um outro grande veículo em evidência. Não se trata de uma iniciativa jornalística do tipo que se vê em alguns lugares em que sites sem responsáveis declarados são inundados de recursos, às vezes de fontes duvidosas.

Esta constatação foi feita esses dias e não se refere a nenhum veículo que cobre o futebol amador de Curitiba, antes que achem que a gente possa estar plantando alguma discórdia na cena, mas serve para mostrar as dificuldades de se tentar produzir conteúdo de qualidade neste país, em especialmente nesta cidade, que viu o espaço de cobertura reduzir vertiginosamente e até sumir em veículos mainstream, num triste fenômeno de distanciamento da mídia tradicional de seu público. Já vimos várias iniciativas acabarem ou terem que dar passos atrás simplesmente por falta de recursos ou mesmo de espaço em mídias maiores.

Retomando a dificuldade do ano, entramos na temporada com caixa já prejudicado por conta de um contrato temporário de trabalho que chegaria ao fim sem prover reservas suficientes. A decisão de não cobrir in loco a Taça Paraná (era uma proposta inicial cobrir os jogos que fossem em Curitiba e no máximo na Região Metropolitana onde a rede de transporte alcançar pela primeira vez) foi uma tentativa de tentar reservar alguma verba para a Suburbana e quem sabe conseguir algum patrocínio a tempo ou alguma atividade que pudesse financiar o trabalho no site. Não deu certo.

Mesmo com alguns trabalhos esporádicos, o máximo que conseguimos fazer foi ir até o final de julho e, após um mês e meio sem equalizar a questão financeira, tomamos a decisão mais dura desde o início do site: parar de fazer coberturas in loco. Na decisão da Série A acabamos recebendo um inesperado apoio que permitiu ir a campo e fazer uma saideira da temporada decente, mesmo aterrados por problemas com equipamentos (uma das consequências da falta de recursos).

Então vale a reflexão sobre o ano por vir: começamos na mesma escala que nos deixou fora das coberturas. É tudo bastante incerto ainda. E 2024 já chegará ainda nos primeiros meses com nossa maior despesa: renovação de direitos do domínio.

Claramente precisamos de alguém que fosse um contato comercial para o site, que fizesse contatos e contratos dentro do tipo de empresas que façam sentido para nosso site, sem contaminar a política editorial, em troca de comissão (neste meio tempo preferimos não aceitar um contato de um site de apostas porque não havia regulamentação na área e, algumas semanas depois, estourou um escândalo envolvendo jogadores profissionais manipulando situações de jogo para favorecer apostadores mediante propina).

Ou precisamos ainda de alguma solução alternativa que faça com que haja saúde financeira para, quem sabe, este site possa ser um dia autossuficiente e de repente crescer, poder abrigar mais profissionais e/ou ser escola para novos talentos do jornalismo esportivo local e até nacional (temos uma iniciativa vizinha nossa que está conseguindo isso e já cedeu gente para coberturas nacionais e internacionais). Neste caminho até virando um CNPJ de fato, algo que ainda não possuímos justamente por significar custos a mais.

Fica esta longa reflexão neste ano difícil cuja maior vitória foi sobreviver, mesmo com tantas derrotas. Poderia ter sido um ano para tentar voltar ao patamar de audiência de nossos melhores anos como 2017, talvez ainda sem ousar como tivemos os excelentes 2018 e, em um pouco menor escala, 2019. As mudanças das redes sociais realmente cortaram nosso alcance, que é 100% orgânico, sem impulsionamento pago. Vamos fechar a audiência anual ligeiramente abaixo da audiência de 2022, um ano de retomada, com um gosto de, se não fossem as vicissitudes da falta de recursos, teríamos superado aqueles números na casa dos 18 mil views anuais (para termos de comparação, 2018 tivemos mais de 43,8 mil visitas).

Para quem leu até aqui e também para quem não leu, um Feliz Natal e um Próspero 2024!

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