Em tarde de 25 pênaltis, Caxias leva a melhor sobre o Nacional e é campeão da B Juvenil

7 min read
Jogadores do Caxias com a taça da Série B Juvenil da Suburbana: título veio após eliminação, reviravolta e decisão nos pênaltis

Numa tarde com 25 pênaltis, três no tempo normal e 22 na decisão por pênaltis, o Caxias se sagrou campeão da Suburbana Série B Juvenil. O duelo contra o Nacional, time do mesmo bairro do Boqueirão, sábado (16), no XV de Agosto terminou com vitória do time do NAC no tempo normal por 2 a 1, revertendo a vantagem do 1 a 0 pró-Caxias da ida. No entanto, na decisão, melhor para o Tricolor, mais eficiente, que fez 10 a 9 após todos os jogadores possíveis baterem suas cobranças e o primeiro de cada lista repetir.

O título do Caxias traz fatos curiosos. O primeiro é que a equipe havia se licenciado ano passado após ser campeão da Série B Juvenil em 2015. No retorno, um quase acesso no adulto, pois parou nas semifinais contra o vice-campeão Fortaleza, e novamente o título do campeonato de base. Outra curiosidade é terminar com o título e saldo negativo de cinco gols, em parte pelas semifinais, em que sofreu em campo uma derrota por 7 a 0 no agregado para o Urano. Porém, o adversário, por erro de contagem, usou um jogador irregular em uma das partidas das semifinais, o que provocou a “ressurreição” do Caxias na competição após a competição ficar cerca de um mês parada a espera da definição da situação dos tribunais. Após “conhecer a face da morte” na competição, a equipe conseguiu superar a organizada equipe do Nacional em um jogo com reviravoltas e enredo inesperado.

Se em 2015 o time juvenil do Caxias era uma parceria que depois foi cuidar da categoria juvenil do clube profissional Grecal, a de 2017 foi construída especialmente pinçando adolescentes moradores do bairro Lindoia, localidade que é berço de um jogador que é figura frequente na seleção brasileira, o meia Giuliano, ex-Paraná, Internacional, Dnipro, Grêmio, Zenit, atualmente no Fenerbahçe. O elenco teve apenas 16 atletas, outro dado surpreendente em uma competição com número livre de inscrições e possibilidade de se relacionar 20, e foi galgando fases mesmo com a quantidade reduzida de opções.

“A gente mostrou a força do nosso time. A garra de nosso time no primeiro jogo ao fazer o resultado e agora é comemorar o título”, disse o zagueiro João, que fez o gol de sua equipe no tempo normal e assumiu as luvas após a a expulsão do goleiro Gabriel, numa jornada bastante curiosa. “Desde o começo do ano treinando forte, muito injusto. Perdemos dois, bateram errado, não firme do jeito que treinamos. A gente treinou, mas não fez, passagens, overlapping. Faltou ser homem também”, desabafou o volante Léo, autor de dois gols no tempo normal e que converteu sua cobrança para o Nacional na decisão.

O jogo

O zagueiro/goleiro João comemora o chute na trave de Samuel: foram 22 pênaltis cobrados na decisão até sair o campeão

O Nacional precisava vencer por um gol para levar aos pênaltis e dois para ser campeão direto. O empate bastava para o Caxias. A partida foi bastante movimentada. O Nacional parava no goleiro Gabriel, enquanto que o Caxias levava mais perigo com as chegada de Gui e Tales.

O Caxias saiu na frente com um pênalti marcado de Léo sobre João em uma cobrança de escanteio. O próprio João, que tinha feito o gol solitário do jogo de ida, foi para a cobrança e abriu o marcador aos 21 minutos de jogo.

Precisando de dois gols, o técnico Alemão do Nacional jogou sua equipe para frente. Deu resultado minutos depois, aos 37, em um pênalti marcado, agora para o alviazul. Léo chamou a responsabilidade e empatou a partida.

Na segunda etapa, o Nacional tomou a iniciativa da partida, mas pecava nas finalizações e no nervosismo do time. Em seu lado, o Caxias dava trabalho nos contra-ataques, aproveitando os espaços deixados pelos erros de passe do time da casa.

A partida parecia ir para o empate e título direto do Caxias quando foi marcado um pênalti aos 37 minutos. O goleiro Gabriel reclamou e levou cartão amarelo. Ao levar o amarelo, seguiu reclamando e levou o vermelho. Sem reservas para o gol, o técnico Nil não teve opções e coube a João ir para a meta. Léo converteu aos 40 minutos e fez o gol que levou a decisão para os pênaltis.

Logo após o gol, o técnico Nil invadiu o campo para reclamar e acabou expulso pelo árbitro Rafael Vinícius Moura de Oliveira. O clima ficou tenso para os minutos de acréscimos e para a decisão por pênaltis, que acabou sendo jogada no gol de fundos do XV de Agosto.

Para o Caxias, João, Lincoln e Mineiro acertaram. O Nacional teve certos com Samuel e Léo. Japa chutou a terceira cobrança ao lado. No entanto, na sequência, Gui acertou o travessão e Lima empatou a decisão. Binho e Gabriel também acertaram e as cobranças regulares terminaram com placar de 4 a 4.

Nas alternadas, Manuel, Tales, Willian, Dedé e Lucas fizeram pelo Caxias, enquanto que Tiago, Mato Grosso, Vítor, Pfeifer e o goleiro Carlos anotaram pelo Nacional, fechando uma volta completa dos batedores, pois com a expulsão de um jogador, o Nacional teve de deixar um jogador de fora e o escolhido foi Diego.

Na segunda volta, o goleiro/zagueiro João converteu sua cobrança e Samuel acabou acertando o travessão, dando o título ao Caxias.

Ficha Técnica

Nacional 2 x 1 Caxias (Agg 2-2) (PK: 9-10)

Estádio XV de Agosto, Boqueirão, Curitiba

Nacional: Carlos; Samuel, Japa, Lima e Ortiz (Diego); Vítor, Léo, Gabriel e Mato Grosso; Eli (Pfeifer) e Tiago. Técnico: Alemão.

Caxias: Gabriel; Lincoln, João, Manuel e Willian; Binho, Fernando (Mineiro), Wellington Monstro (Lucas) e Dedé; Gui e Tales. Técnico: Nil.

Arbitragem: Rafael Vinícius Moura de Oliveira, Deniel Carvalho, Fabrício da Silva Martins.

Gols: João (CAX, aos 21’/1.º); Léo (CAN, aos 37’/1.º, aos 40’/2.º)

Cartões Amarelos: Lima, Léo, Mato Grosso (CAN); Gabriel, João, Fernando, Dedé, Tales (CAX).

Cartão Vermelho: Gabriel (CAX, aos 37’/2.º, dupla advertência, reclamação).

Confira imagens da partida:

Este slideshow necessita de JavaScript.

Deixe uma resposta